Investigações
AUTOTRANSPLANTES DE CÉLULAS ESTAMINAIS - “ESPERANÇA”
De acordo com um estudo publicado na última edição da revista médica "The Lancet", foi possível estabilizar e ainda melhorar pacientes com EM em primeira fase através de um transplante de células estaminais autólogas hematopoiéticas, ou seja, suscetíveis de recriar células sanguíneas e derivadas do próprio doente.
Nesta fase da doença, os sintomas são periódicos e parcialmente reversíveis e a maior parte dos tratamentos baseia-se na administração de interferon ou esteroides, aos quais alguns doentes não têm resposta.
Passados 10 a 15 anos nesta primeira fase, a maioria dos pacientes entra numa segunda fase em que se registam alterações neurológicas graduais e irreversíveis.
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A equipa de Richard Burt, da Faculdade de Medicina da Universidade de Chicago (REUA), aplicou a uma nova técnica a 21 doentes na primeira fase da doença que não tinham respondido ao tratamento com interferon, segundo o estudo.
Estes pacientes eram jovens (em média com 33 anos) e sofriam da doença havia cerca de cinco anos em média. Os investigadores transplantaram aos pacientes células estaminais das suas próprias medulas ósseas e, passados três anos, 17 deles tinham melhorado o seu estado, nenhum tinha regredido e nenhum tinha morrido. O procedimento foi bem tolerado, tendo cinco pacientes sofrido recaídas, mas melhorado depois de nova terapia.
De acordo com os investigadores, a técnica parece "não só prevenir uma progressão da doença, mas inverter o curso da invalidez". Embora nada garanta que este procedimento erradique a atividade inflamatória a longo prazo, os autores do estudo consideram necessária a continuação das investigações numa maior escala.